quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

As creches e a independência da mulher


Quebrar tabus e estabelecer novos paradigmas é tão antigo quanto a espécie humana. Mas a quebra de tabus e a criação de novos paradigmas cobra o seu preço. Que o digam as mulheres que atravessaram o século passado, especialmente a segunda metade, lutando pela conquista de direitos. Primeiro lutando pelo direito de votar, depois pelo direito de ser votada, o que aconteceu em 1933 quando a médica paulista Carlota Pereira de Queiróz foi eleita a primeira deputada federal. No Senado, a primeira mulher a ocupar uma cadeira foi a amazonense Eunice Michiles, em 1979. Dispostas a conquistar os mesmos direitos que os homens, as mulheres continuam ampliando seus espaços no mercado de trabalho e no conjunto da sociedade. Maioria nas universidades federais brasileiras, as mulheres também estão ocupando cargos de direção em grandes empresas e o número delas exercendo profissões liberais não para de crescer, enquanto que o de homens não para de cair. Essas mulheres profissionais liberais são independentes e não precisam do homem por perto para manter a casa, os empregados que nela trabalham, e os filhos. Mas, mesmo assim, exercem a dupla jornada de trabalho: uma na empresa; outra em casa. E, quando possuem filhos pequenos ou recém-nascidos, recebem salários que permitem o pagamento de creches particulares, onde manter uma criança de zero e três anos pode custar até 3 mil reais mensais. E como fica a muher que não pode pagar uma creche particular? A mulher, que por ser chefe de família ou porque precisa trabalhar para aumentar a renda mensal do casal, depende da creche pública. Sem creche não há trabalho. Mas, como a vida da mulher que trabalha fora e dentro de casa não é fácil, muitas não conseguem chegar a tempo de pegar seus filhos nas creches, por volta das 17h30. São mulheres que estão comemorando a implantação do projeto que a Secretaria de Educação de Santos começa a desenvolver, escolhendo a creche Claudia Helena dos Santos Oliveira Corrêa, no Bom Retiro, que terá o horário de saída estendido para as 19h. Outras creches terão seu horário de saída prolongado. Resta esperar pela construção de novas creches e reduzir a carência desses equipamentos. Deles depende o emprego da mulher. fernando.allende@globo.com Só acho que deveria ser assim, ter uma fisclização maios pra que muitas mulheres que colocam seus filhos na creches e não trabalham, isso esta tirando o lugar de outro que na qual a mãe trabalha.