domingo, 20 de abril de 2014

Estrada Assombrada


Eram quatro da madrugada Dirigindo dezoito horas sem parar. A sua mente não assimilava nada. Só pensava que tinha de chegar. Seu velho cavalo mecânico vermelho, Dezenove vinte nove, barulhento. Pé colado, no bruto chegando o relho. O olhar cansado vendo tudo cinzento. O antigo Mercedes trucado puxava a carreta com facilidade. Mais um rebite foi tomado, Manter-se acordado, a dificuldade. Na beira da pista uma aparição. mulher, com roupa resplandecente. Sentiu gelar seu coração, viu do caminhão ela entrar na frente. Seu corpo todo arrepiado. Fechou os olhos por um instante. Sentiu, sentada a seu lado, aquela mulher com roupa brilhante. Ele não conseguia lembrar de ter parado seu caminhão Nem de ter visto ela entrar. Pensou ser uma assombração. Em completa letargia parecia que estava sonhando. O que fazer não sabia Ela foi logo falando: “Você tem trabalhado demais e sua mulher está preocupada”. “Seus filhos não o vêem mais, A caçula está gripada”. Você precisa ficar mais tempo junto com sua família. No trabalho, contratempo o afasta dos filhos e da filha. “Você não tem descansado vai acabar morrendo”. “Correndo e sempre apressado seu caminhão acabará batendo”. Mesmo aterrorizado pensou no que ela dizia. Ele realmente estava esgotado Como de tudo isso sabia? Ela continuou dando-lhe sermão: “Drogas não aumentarão sua resistência”. Terminou fazendo uma afirmação: “Eu sou a voz da sua consciência”. Ela não parava de falar e ele sentido-se culpado. Finalmente a voz resolveu parar e ele pensou em olhar de lado. Não havia mais ninguém. E ele teve um palpite. Decidiu não ir além, Jogou fora o vidro de rebite. No acostamento parado, Desligou seu estradeiro. No sofá-cama deitado. Dormiu de babar no travesseiro. Dormiu doze horas seguidas. Acordou totalmente recuperado. No seu bruto deu partida, e foi para o trecho aliviado. Entregou o frete naquele dia. Para casa rumou então. Foi motivo de grande alegria quando estacionou seu caminhão. Em cada filho um abraço. Na esposa apaixonado beijo A ela deu seu braço, olhando-a com amor e desejo. Brincou com cada filho com a esposa fez amor. Amanheceu no olhar com um brilho, e um contentamento avassalador. Roberto Dias Alvares