quarta-feira, 23 de agosto de 2017

DESASTRE AMBIENTAL NO RIO DOCE


Pesquisadores compararam materiais coletados antes e depois do desastre ambiental envolvendo a Samarco. Depois da lama, a diversidade de espécies de zooplânctons ficou 40% menor Vista da Foz do Rio Doce, localizada em Regência, Linhares (Foto: Secundo Rezende/ Arquivo Pessoal) O material coletado por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para fazer análises antes de a lama da Samarco atingir o Rio Doce, em novembro de 2015, está sendo usado para comparar a situação ambiental daquele ecossistema atualmente. Foi constatado que, hoje, já há o dobro de ferro, quatro vezes mais alumínio e três vezes mais manganês. No dia 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão da Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, se rompeu. A enxurrada de rejeitos de mineração devastou o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), e desceu pelo Rio Doce até chegar ao mar, em Regência (ES). Um ano depois, ainda havia muitas dúvidas sobre o impacto desses rejeitos no meio ambiente e na vida das pessoas. Os estudos da Ufes uniram informações que podem ser fonte de comparação para saber como era a região antes ou depois da lama. Os pesquisadores esperaram mais de um ano após o desastre para fazer essa comparação. Eles acreditam que, assim, o estudo fica mais correto, porque não estão analisando um momento determinado de quando o rio poderia estar mais cheio ou mais seco. Eles conseguiram estabelecer uma média das oito vezes em que coletaram material e analisaram, e agora podem afirmar com mais convicção como a lama está alterando a foz. “É interessante que todas as campanhas que foram feitas pós-desastre quando comparadas com as campanhas que foram feitas antes do desastre, em 2013 e 2014, os resultados são sempre diferentes”, afirmou o geólogo Alex Bastos, professor e pesquisador da Ufes. Comparando o antes e o depois da lama, a quantidade de metais depositados no fundo do mar da praia de Regência subiu muito. Há o dobro de ferro, quatro vezes mais alumínio e três vezes mais manganês. Isso pode ter interferido nos micro-organismos que estão na base da cadeia alimentar dos peixes. Depois da lama, a diversidade de espécies de zooplânctons ficou 40% menor. “A gente está avaliando o ecossistema. Então isso pode com certeza ter desdobramentos para o resto da cadeia alimentar”, falou o geólogo. Cerca de 30 pesquisadores, geólogos, físicos, biólogos, oceanógrafos e químicos fizeram as análises que estão neste relatório de 260 páginas. Ele vai ser entregue aos órgãos ambientais. São informações que podem direcionar as ações de recuperação e monitoramento da área afetada. “E acrescentar algumas outras análises. Por exemplo, a análise nas praias, nos manguezais, nos peixes. Isso tudo também precisa ter o mínimo de diagnóstico a partir de agora”, disse Bastos. Publicado em 6 de nov de 2015 Barragens se rompem e enxurrada de lama destrói distrito de Mariana Acidente foi em Bento Rodrigues e bombeiros confirmam uma morte. Localidade está sendo esvaziada; MP vai investigar causa do acidente. 05/11/2015 17h14 - Atualizado em 06/11/2015 01h25 Barragens se rompem e enxurrada de lama destrói distrito de Mariana Acidente foi em Bento Rodrigues e bombeiros confirmam uma morte. Localidade está sendo esvaziada; MP vai investigar causa do acidente. Do G1 MG FACEBOOK O rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira (5). O Corpo de Bombeiros de Ouro Preto, que tem equipes no local, confirmou uma morte e 15 desaparecidos até o momento. A vítima seria um homem que teve um mal súbito quando houve o rompimento. A identidade dele ainda não foi divulgada. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase), Valério Vieira dos Santos, afirma que entre 15 e 16 pessoas teriam morrido e 45 estão desaparecidas, mas ainda não há números oficiais de vítimas. Um dos sobreviventes da tragédia, Andrew Oliveira, que trabalha como sinaleiro na empresa Integral, uma terceirizada da Samarco, disse que, na hora do almoço, houve “um abalo”, mas os empregados continuaram trabalhando normalmente. "Começou a praticamente ter um terremoto", disse sobre o momento que as barragens se romperam. Feridos Quatro feridos foram levados para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, referência em atendimento de urgência. De acordo com a Fhemig, três delas foram levadas de helicóptero e uma de ambulância. Dentre os feridos está uma criança de 3 anos. Não se sabe se estes feridos estavam internados no hospital de Mariana e foram transferidos. Nesta unidade, quatro feridos tinham sido atendidos. Mais de 200 pessoas da Guarda Municipal, dos bombeiros, das polícias Civil e Militar, da Defesa Civil e da mineradora trabalham nas buscas. O secretário de Defesa Social de Mariana, Brás Azevedo, disse que a situação no local é muito grave e há riscos de mais desmoronamentos. A orientação para os moradores que deixam Bento Rodigues é que sigam para o distrito de Camargos, que é mais alto e mais seguro. Empresa O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em comunicado divulgado no perfil da empresa no Facebook por volta das 23h desta quinta, afirmou que o rompimento ocorreu em duas barragens – e não em uma, como informava nota divulgada pela mineradora no fim da tarde. Segundo Vescovi, romperam-se as barragens de Fundão e Santarém, na unidade industrial de Germano, localizada entre os municípios de Mariana e Ouro Preto – a cerca de 100 km de Belo Horizonte. O diretor-presidente da empresa diz que o rompimento foi identificado na tarde desta quinta e, imediatamente, foi acionado o plano de ação emergencial de barragens para priorizar o atendimento das pessoas que trabalham no local ou que vivem próximo às barragens. Publicado em 23 de out de 2016 Um ano após a tragédia ambiental que devastou Mariana (MG), o Domingo Espetacular revelou como está o local e trouxe novidades sobre a investigação do acidente que matou 19 pessoas e espalhou lama pela região. Veja!: